Ao longo dos últimos dias, tive a oportunidade de acompanhar Christoph Höppel (Interkultur-Berlim) em sua passagem por Campina Grande. Durante a estadia, tivemos reuniões na UFCG, FACISA e Prefeitura Municipal, bem como visitamos vários equipamentos culturais da Rainha da Borborema. Esse encontro, planejado há alguns meses, é fruto do trabalho que temos desenvolvido por meio da Nova Associação Brasileira de Regentes de Coros, projetando o movimento coral nacional ao redor do mundo.
O objetivo da visita foi apresentar os eventos promovidos pela Interkultur, uma empresa alemã especializada em competições corais e que atua em 150 países. O foco foi, de fato, discutir a viabilidade para a realização do World Choir Games no Brasil. Com a expertise de quem está no mercado há mais de duas décadas, os números envolvidos na realização de tal iniciativa são impressionantes. Só para dar uma ideia, o WCG envolve cerca de 70 nações, totalizando mais de 25 mil coralistas, que se reúnem durante quinze dias para competir em 27 categorias, incluindo coros infantis, juvenis, sacros e folclóricos, para citar apenas alguns exemplos. Na ocasião, tomamos ciência dos valores relativos ao investimento, assim como do retorno estimado, tendo em vista que o certame movimenta toda a cadeia da economia criativa.
As olimpíadas acontecem sempre em julho. Esse ano, elas serão realizadas em Gangneung, Coreia. Ano que vem, em Auckland, Nova Zelândia. Outros campeonatos e festivais não competitivos, em formato reduzido, também são realizados ao longo do ano em vários lugares da Europa e Ásia. Nos dois casos, há sempre um processo seletivo, coordenado pela Interkultur e os membros do World Choir Council, formado por especialistas. Um detalhe interessante é o ranking mundial estabelecido pela Interkultur após cada rodada dos jogos. Eventos dessa natureza dividem as opiniões da área. O certo, para mim, é que eles são importantes e, em certa medida, necessários, porque são desafiadores e nos convidam a uma nova prática pedagógica, exigindo produtos cada vez mais qualificados, tanto do ponto de vista artístico quanto técnico. Ao ser selecionado para um evento dessa natureza, o coro encontra motivação para atingir propósitos cada vez mais ousados e complexos, o que é fundamental para manter o foco de qualquer conjunto, aprimorar a técnica vocal e expandir o repertório. Para o Brasil, a proposta é um campeonato-ensaio em novembro de 2024, com 40 coros, e o WCG, em 2026, com cerca de 500 grupos de todos os continentes.
Tudo isso é muito estimulante e me faz lembrar o mote popular que diz que quando a maré sobe, todos os barcos são nivelados. Eu acho que está na hora de levantarmos o nível dessa água por aqui. ABRACO, Interkultur, UFCG, Prefeitura Municipal de Campina Grande e várias outras instituições em nosso país estão juntas nessa caminhada.
Vladimir Silva (silvladimir@gmail.com)
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