Após as explanações iniciais das editoras,
segue-se uma coletânea de canções, divididas em oito categorias: Cantigas de
ninar, Cantigas de brincar, Cantigas de folguedo, Parlendas, Cantigas
religiosas, Orações e crenças, Aboios e toadas de vaquejada e Cantos políticos
e de costume. As melodias e parlendas foram coletadas em diferentes comunidades
do estado (Araruna, Cacimba de Dentro, Bananeiras, Pedras de Fogo, Queimadas,
Serra Branca, Areia, Catolé do Rocha, Campina Grande e João Pessoa), iniciativa
que contou com a colaboração de pessoas de múltiplas faixas etárias. Cada texto
vem acompanhado por várias informações, incluindo o título e os dados relativos
ao informante, assim como o processo de gravação. As transcrições musicais, feitas
por Maria Alix Nóbrega Ferreira de Melo, são acompanhadas por breves comentários
de Luiz Oliveira Maia. Esgotada, a obra só é encontrada em lojas de livros usados ou em formato digital, na internet (PDF).
Este trabalho oferece à comunidade, de modo
geral, e aos educadores e artistas, mais especificamente, um vasto material
para uso em sala de aula e também nos processos criativos. As peças da
coletânea podem ser usadas na composição de obras originais e arranjos para
diferentes formações instrumentais, vocais e mistas, integrando, portanto, o
repertório de coros, bandas, orquestras e outros conjuntos de câmara.
Similarmente, elas podem ser inseridas na trilha sonora de espetáculos teatrais
e audiovisuais. Na Universidade Federal de Campina Grande, por exemplo, um dos alunos
da Licenciatura em Música compôs uma série de arranjos para consorte de flautas
doces, contrabaixo e percussão, com graus distintos de dificuldade, material
adequado às finalidades didático-pedagógicas e também performáticas.
Há alguns anos, conheci a professora Maria de
Fátima no PPGL-UFPB, na avaliação de uma tese de doutorado que tratava dos aspectos
semióticos do referido Cancioneiro em
processos de criação coletiva (vídeo). Depois, foi a vez de encontrar a emérita
Idelette Muzart, na École doctorale 138 (Letter, langue, spectale) da
Université Paris-Nanterre, na apresentação de uma pesquisa sobre Capiba e o
Movimento Armorial. Nas duas oportunidades, percebi o quanto as docentes são apaixonadas
pela cultura brasileira e quão relevantes são as suas contribuições no campo
dos estudos sobre oralidade, literatura e música, fato que merece amplo
reconhecimento, porque, como diz o ditado, “na boca de quem não presta, quem é
bom não tem valia!”
Vladimir Silva (silvladimir@gmail.com)
Vladimir Silva (silvladimir@gmail.com)
Um comentário:
Bom demais, prof!!
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