Este foi um ano intenso e de muitas estreias para o Coro de Câmara de Campina Grande (CCCG). Iniciamos a temporada com duas composições de Danilo Guanais. A primeira foi Domingo de Ramos, um conjunto de motetos sobre a paixão, morte e ressurreição de Cristo, para narrador e coro a cappella. Interpretamos esse ciclo em Portugal, antes da Semana Santa, no Festival de Ramos, com o Vox Laci, grupo anfitrião. A Cachoeira de Paulo Afonso veio em seguida. Composta para solistas, quinteto de cordas e piano, a peça tem várias seções que exploram diferentes afetos do poema de Castro Alves. Um ensemble internacional, formado pelo CCCG, o coral Gesang ohne Grenzen, o pianista Daniel Seixas e um quinteto de cordas com alunos da Universidade de Évora, participou da première.
Do compositor Eli-Eri Moura, montamos o Requiem dos Oprimidos e o Requiem Contestado. No primeiro, escrito em virtude do centenário de Jackson do Pandeiro e cuja estreia aconteceu no X Festival Internacional de Música de Campina Grande, dividimos o palco com o Iamaká. Nesse réquiem irreverente, o autor combina os textos canônicos das exéquias com passagens bíblicas que falam sobre a opressão, mantendo estreita correlação com a filosofia freiriana, sobretudo aquela contida na Pedagogia do Oprimido. Por outro lado, no Requiem Contestado, cujo texto é de W. J. Solha e que não era interpretado desde a sua primeira performance, em 1993, os integrantes do CCCG participaram de diversas etapas do processo, ora editando os manuscritos, ora atuando como solistas, ao lado da Orquestra Sinfônica da UFPB.
Por conta dos dez anos da Licenciatura e do Bacharelado em Música da UFCG, apresentamos a Missa Diligite, de Camargo Guarnieri, com os alunos das referidas graduações e a Orquestra de Câmara da nossa instituição. Na mesma noite, estreamos o Credo, de Luís Passos, que, muito embora seja uma obra independente, igualmente serviu para completar o ordinário da referida missa.
Nesta temporada, realizamos quinze concertos em dez meses de trabalho, no exterior e no Brasil. Em Óbidos, Beja, Cascais e Lisboa, nos apresentamos em diferentes igrejas, no Palácio Foz e no Museu Nacional da Música. Aqui, cantamos em casa, no XI Virtuosi (Gravatá-PE), no XVI Festival Paraibano de Coros (João Pessoa-PB), no lançamento do The New Armorial Music Project (Natal-RN) e na Sala Radegundis Feitosa, na capital do estado. Além do repertório inédito e do intercâmbio com o grupo suíço, (re)encontramos o Loiret's Singers (França), resgatamos a Missa de Alcaçus e iniciamos as celebrações em torno dos 250 anos de nascimento de Beethoven com a sua Fantasia Coral. Em 2020, o CCCG comemorará seu décimo aniversário. Neste tempo jubilar, realizaremos projetos variados e reafirmaremos nossas crenças, certos de que “quando a mágica da música reina e as palavras sagradas são ditas, o glorioso deve ser concebido, noite e tempestade se tornam luz.”
Vladimir Silva (silvladimir@gmail.com)
Vladimir Silva (silvladimir@gmail.com)
2 comentários:
Parabéns professor Vladimir!!!
Tenho muito orgulho do seu trabalho e de todos os cantores!!!
Bravo maestro! Seu trabalho é brilhante e digno de nota! Quando vamos juntar nossos coros? Abraços!
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