Hoje a
Campina Grande FM completa quarenta anos. Pioneira na Paraíba, e segunda no
Nordeste, a rádio inaugurou um novo tempo na comunicação no estado, oferecendo
à população da Rainha da Borborema e circunvizinhança uma vasta grade com
música, jornalismo e temas especiais. Lembro que a primeira transmissão foi precedida
por muito frenesi e expectativa.
Nomes importantes
do rádio-jornalismo passaram por essa estação. Certamente, seu fundador e
diretor, Hilton Motta, foi uma das vozes mais representativas. Aquele timbre
inconfundível invadia nosso cotidiano, anunciando os jogos da seleção brasileira,
os resultados das eleições, o réveillon.
Na Serra, durante muito tempo, na passagem do ano, as luzes da cidade se
apagavam, marcando o fim de um ciclo e o começo de outro. A contagem regressiva
era feita por Seu Hilton, que com entusiasmo contagiante despertava em cada um
dos ouvintes a esperança em dias melhores, a sensação de recomeço a partir
daquela zero hora. Wilson Maux, teatrólogo, escritor, radialista, professor e
ator, é também personagem marcante nessa história. Diariamente, nossas manhãs
eram banhadas por sua voz potente. Começava na alvorada, com o Desperta, Campina e a Ave-Maria; depois, no Jornal Integração; por fim, ao meio-dia, com o quadro Bom dia para você, no qual lia crônicas de sua autoria. Dizem que,
ao todo, ele redigiu mais de mil textos, muitos dos quais verdadeiras pérolas.
A lista de ouro da 93.1 é vasta e inclui Flávio Barros, Jorgito, Toninho Lima,
José Lyra, Zé Nobre, Inaudete Amorim, Fátima Silva, Kalilka Vólia, Alan Ferreira, dentre
tantos outros, da velha e nova geração.
Curiosamente,
programas computacionais eram transmitidos aos sábados, à tarde. Escutávamos
frequências, no limiar entre o som e o ruído, assim como uma música difusa, que
os aficionados gravavam em fitas K-7, que serviam como unidades de memória
auxiliar dos primeiros computadores. Tratava-se, portanto, de um protótipo de um
sistema para transmissão de dados em um ambiente wireless, utilizando o rádio. As canções da Noite dos Namorados embalaram meus sonhos, meu encontro com Jane Cely.
A minha
relação com a emissora intensificou-se quando passei a colaborar com o Clássicos Eternos. Mesmo sem conhecimentos
específicos na área, ofereci-me para a tarefa. Queria adentrar no fascinante
mundo da radiodifusão. Comecei auxiliando Marilena Motta na seleção das obras, escrevendo
o roteiro. Em seguida, assumi-o integralmente, produzindo-o e apresentando-o.
Foram quatro anos de intensa atividade matinal, sempre aos domingos, no
nevoento topo da Colina da Palmeira. Divulgamos eventos e exploramos a música
de diferentes períodos e compositores, obras instrumentais e vocais, com apresentações
ao vivo e entrevistas. Esta foi uma experiência inesquecível, transformadora. É
por isso que, nesse dia de festa, faço votos de vida longa, reforço minha
gratidão, receba meus parabéns, Campina FM.
Vladimir
Silva (silvladimir@gmail.com)
Nenhum comentário:
Postar um comentário