Antônio Carlos Batista Pinto Coelho, mais conhecido como Tom
K, nasceu em Recife, Pernambuco, mas há muitos anos adotou a capital paraibana
como sua terra natal. Graduado em Violão pela Universidade Federal da Paraíba,
tornou-se uma referência no mundo musical por sua atuação como compositor e
regente. Foi no final dos anos oitenta que tive o prazer de conhecê-lo, quando ingressei no curso de Licenciatura em Educação Artística,
com habilitação em Música, no Campus I da UFPB. Tom K lecionava na graduação e
foi um dos meus primeiros professores de Regência. Naqueles anos em João
Pessoa, tive a oportunidade de acompanhar o trabalho que desenvolvera com o Madrigal
Pedro Santos, indiscutivelmente um dos melhores coros que o estado já teve.
Depois, por curto período, fui seu assistente no coral da Fundação Musical Isabel
Burity.
Por conta da minha mudança para Teresina, passamos algum
tempo afastados. Esse fato foi revertido quando nos reencontramos em Salvador.
Na capital baiana, entre 1996 e 1999, fomos colegas no Mestrado em Música, na
classe do professor Erick Vasconcelos. Vivemos intensamente aqueles três anos. Convivíamos diariamente na Escola de Música, no Vale do Canela.
Caminhamos juntos, subindo e descendo ladeiras, pesquisando e conversando, às
vezes em diferentes bibliotecas e salas, quase sempre no nosso apartamento, nos
finais de semana. A avenida Princesa Isabel era reduto paraibano, o refúgio no
qual eu, Jane, Tom K, Maurílio Rafael e Romério Zeferino, entre garfadas e
goles, compartilhávamos nossas experiências, nos sentíamos em família. Há tanto
o que contar sobre Tom K em terras soteropolitanas que certamente seria
possível escrever um romance.
De modo geral, sua música é alegre, leve, reflete o seu
espírito sagaz. O arranjo do Xote das
Meninas, por exemplo, cantado mundo afora, eu considero um clássico. Ao
longo de todos esses anos, Tom K contribuiu decisivamente para o desenvolvimento
da prática coral em vários campos. Foi ele o responsável pela criação de muitos grupos e também a iniciação e formação de um grande número de regentes na região.
Eu, como já disse, orgulhosamente me incluo neste rol. Ele também compôs e
arranjou inúmeras obras, propôs aquilo que denomino de repertórios possíveis, com
graus de dificuldade variados e que atendem às necessidades de diferentes
conjuntos.
É por isso que, neste momento, todas as homenagens lhes são pertinentes e justas. Recebe, portanto, maestro-amigo, nosso abraço de gratidão, nosso respeito, nosso reconhecimento por tudo o que você fez, nossos votos de felicidades. Que a aposentadoria seja apenas o início de uma nova fase e que você continue embelezando o mundo com sua música-poética, e prossiga construindo esse legado que incontestavelmente já entrou para a história da música no estado da Paraíba.
É por isso que, neste momento, todas as homenagens lhes são pertinentes e justas. Recebe, portanto, maestro-amigo, nosso abraço de gratidão, nosso respeito, nosso reconhecimento por tudo o que você fez, nossos votos de felicidades. Que a aposentadoria seja apenas o início de uma nova fase e que você continue embelezando o mundo com sua música-poética, e prossiga construindo esse legado que incontestavelmente já entrou para a história da música no estado da Paraíba.
Vladimir Silva (silvladimir@gmail.com)
2 comentários:
Que bonito, Vladimir! Momentos felizes e de muitas diversões na capital baiana. As horas de cochilos na biblioteca que o diga. Lembranças bem vindas.Abraços.
Lindo texto! Foi um prazer ter conhecido essa grande figura. Boas lembranças do nosso Mestrado na UFBA. Abraços!
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