Em Campina Grande, nos últimos cinco anos, o espaço
para a música de concerto ampliou-se. Vários fatores contribuíram para a
definição deste quadro. A homologação da Lei 11.769/2008, que tornou obrigatório o ensino de música na
educação básica, é um deles, muito embora ainda seja necessário discutir as práticas pedagógico-musicais em espaços formais e
não-formais, públicos e privados, de forma geral, aqui na cidade.
Os cursos livres da FURNE, UEPB, UFCG e de algumas escolas particulares também deram
uma grande contribuição, porque atendem a uma larga parcela da população, oportunizando
a pessoas de diferentes faixas etárias e níveis sócio-econômico-culturais o acesso
ao diversificado mundo da música. Nota-se que, gradualmente, muitos dos alunos
oriundos de tais cursos ingressam na graduação em Música da Universidade
Federal de Campina Grande, que, desde a sua implantação, em 2009, permitiu,
portanto, a formação de vários profissionais, bem como o trânsito de nomes relevantes
da música de concerto.
O mês de julho, este ano, foi uma verdadeira
maratona na Serra. Começou com a retomada do projeto
Segundas Musicais, no Auditório da Unidade Acadêmica de Arte e Mídia. Depois, veio
o Festival Internacional de Música de Campina Grande, que é, provavelmente, o
evento que mais traduz o nosso crescimento neste campo. Em seguida, o Sonora
Brasil, do SESC, trouxe o Duo Cancionâncias, o Quinteto Brasília, o Polyphonia
Khoros e o Quarteto Belmonte, cujas performances tiveram como foco a música de
Edino Krieger. Na mesma semana, atores, solistas, coro e orquestra de câmara apresentaram
a Cantata pra Alagamar, de Waldemar
Solha e José Alberto Kaplan, que integra o banco do SESC Partituras. Na abertura
do 39º Festival de Inverno, a Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba, sob a batuta
do maestro Luís Carlos Durier, apresentou-se no palco montado na Praça da
Bandeira.
Recentemente, a Comissão do Sesquicentenário, em
parceria com o Instituto Cresce Campina, a Associação de Amigos do Teatro
Municipal Severino Cabral e a Associação dos Amigos do Festival Internacional
de Música de Campina Grande, iniciou o projeto Música no Parque. Os concertos, com caráter didático, serão realizados durante dez domingos, no
Parque da Criança, sempre pela manhã, com duração média de uma hora, contemplando clássicos da literatura brasileira e internacional. É, portanto,
dessa forma, com atividades gratuitas e diversificadas, em locais e horários acessíveis,
que estamos trabalhando para expandir a vida musical na região da Rainha da
Borborema. A democratização do acesso à arte, ao mesmo tempo em que amplia as opções
de lazer e entretenimento da população, diverte, educa, favorece o intercâmbio
entre estudantes e profissionais, estimula novas vocações, dinamiza a vida
cultural e o mercado de trabalho, fortifica as ações do curso de Música da UFCG, contribui para a consolidação da cidadania e a formação do homem pleno.
Um comentário:
Acredito que o aflorar da música em Campina Grande foi pela criação do Departamento de Música da UFCG (ferramenta que o Prof. Kaplan não teve), e por conseguinte os Festivais de Música que tem formado público ano após ano. Este último que o senhor, professor, tem se empenhado em realizado. Me lembro quando retornou a Campina Grande veio com um sonho, e hoje (olhando de fora) eu vejo realizado. Sei que existem novos alvos e planos e torço para o seu sucesso. Parabéns ao prof. Vladimir e ao Dept. de Música.
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