A programação do V Festival Internacional de Música de
Campina Grande, realizado entre os dias 21 e 26 de julho, foi intensa e variada.
Ao longo das mais de 40 horas de
concerto foram interpretadas, aproximadamente, cento e vinte obras de
compositores brasileiros, europeus, norte-americanos e asiáticos, incluindo repertório
da renascença ao século XXI, priorizando a música de câmara, vocal e
instrumental. Estima-se que cerca de quinze mil pessoas assistiram aos
concertos que foram realizados no Teatro Municipal, no Mosteiro Santa Clara, na
Primeira Igreja Batista, no Centro Pastoral, na cidade de Remígio. Todos os concertos foram transmitidos ao vivo, via internet.
Nessa edição, tivemos a oportunidade de estrear quatro obras: Paixão Segundo Alcaçus, de Danilo Guanais, para ator, coro, solistas e orquestra; Carroça de Tolda, de Nilceia Baroncelli, para voz e violão; Benedicite, de minha autoria, para coro misto e percussão; e Nebula, de Luís Passos, para clarineta e orquestra de cordas. A recém-formada Camerata da FURNE também teve a oportunidade de iniciar sua trajetória no palco do Municipal, no concerto de boas vindas, realizado no domingo anterior ao Festival, sob a regência de Gunnar Silvestre.
O público, sempre muito atento, acolheu com carinho os músicos e professores convidados. Repetidas vezes, ao término das apresentações, ouviu-se um insistente mais um. Foi assim que aconteceu em Remígio. Quando o BR Brass, do Conservatório de Tatuí, acabou a apresentação, a população e o prefeito Melchior Batista, contagiados com a energia daqueles jovens, quase não deixaram o quinteto sair do palco.
Alegria e paixão são, portanto, as palavras que definem mais uma
versão do Festival Internacional de Música de Campina Grande. Nosso contentamento foi construído
pouco a pouco. Começou com a arte de Alex Melo, que foi usada como tema do cartaz
e programa e depois invadiu o foyer
do Teatro Municipal Severino Cabral, revelando nossa diversidade, a riqueza de
texturas, formas e cores do Nordeste do Brasil. Passou pela soprano Alzeny Nelo,
que, com muita agilidade e bom humor, nos divertiu com as árias francesas. O Quinta
Essentia também colaborou neste processo: enquanto eles choravam, tocando o Choro pro Fábio e Choro pro Zé, nós nos encantávamos, contemplando aquele espetáculo de pura
beleza. Mas a festa não teria sido completa sem o BR Brass, coordenado pelo
trompista Joaquim das Dores. Os meninos de Tatuí, de forma ingênua, leve e
irreverente, intensificaram o caráter brincante do Festival e potencializaram a
experiência sócio-cultural-afetiva que a música proporciona, sempre de forma
intangível, indescritível, imensurável. Como diria o poeta Décio Pignatari, nos últimos dias nós pudemos ouviver a música em sua
plenitude. Que nossa práxis musical seja sempre humanizadora, transbordante, sedutora, apaixonante.
Vladimir Silva (silvladimir@gmail.com)
No aeroporto de San Antonio, Texas, a caminho do Brasil.
Nessa edição, tivemos a oportunidade de estrear quatro obras: Paixão Segundo Alcaçus, de Danilo Guanais, para ator, coro, solistas e orquestra; Carroça de Tolda, de Nilceia Baroncelli, para voz e violão; Benedicite, de minha autoria, para coro misto e percussão; e Nebula, de Luís Passos, para clarineta e orquestra de cordas. A recém-formada Camerata da FURNE também teve a oportunidade de iniciar sua trajetória no palco do Municipal, no concerto de boas vindas, realizado no domingo anterior ao Festival, sob a regência de Gunnar Silvestre.
O público, sempre muito atento, acolheu com carinho os músicos e professores convidados. Repetidas vezes, ao término das apresentações, ouviu-se um insistente mais um. Foi assim que aconteceu em Remígio. Quando o BR Brass, do Conservatório de Tatuí, acabou a apresentação, a população e o prefeito Melchior Batista, contagiados com a energia daqueles jovens, quase não deixaram o quinteto sair do palco.
Vladimir Silva (silvladimir@gmail.com)
No aeroporto de San Antonio, Texas, a caminho do Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário