sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Coro de Câmara em São Paulo – Parte 1/3

O Coro de Câmara de Campina Grande realizou recentemente a sua primeira turnê nacional. Ao todo, foram sete apresentações na cidade de São Paulo, incluindo o Instituto Baccarelli, o SESC, a Escola Municipal de Música, a EMESP, o Museu de Arte Sacra, a Cultura Inglesa e a Igreja Batista da Vila Gerte.

A turnê teve início com uma visita ao Coro da OSESP. Fomos recebidos pela maestrina Naomi Munakata. Participamos do aquecimento vocal, coordenado por Marcos Tadeu, e acompanhamos a preparação da Petite Messe Solenelle, de Rossini, e do Requiem, de Mozart. Antes do término das atividades, falamos sobre o trabalho desenvolvido em Campina Grande e cantamos para os integrantes daquele coro. Ao longo do ensaio, compreendemos o funcionamento de um grupo profissional, a sua rotina de trabalho, seus desafios e (des) encantos. À tarde, visitamos a Sala São Paulo, que, apesar das políticas de democratização do acesso à música, não permite a entrada de pessoas com sandálias.

No dia seguinte, visitamos o Instituto Baccarelli, um dos projetos sociais mais relevantes no Brasil, no campo da música. Conhecemos a estrutura física e a proposta artística e pedagógica da instituição, idealizadas e assinadas por grandes nomes, dentre os quais Silvio Baccarelli, Isaac Karabtchevsky e Zubin Mehta. Nas conversas com a equipe administrativa, soubemos da existência de vários grupos de câmara, orquestras e mais de vinte coros, incluindo músicos com diferentes faixas etárias, interpretando repertórios diversos. Na ocasião, fomos recepcionados pelo coro infanto-juvenil, assistidos por Cláudia Cruz e Silmara Drezza, que também é a coordenadora dos grupos vocais do instituto. O pré-coral, formado por crianças entre 6 e 7 anos, também participou do encontro. Conforme explicou a regente Juliana Rheinboldt, aquela era a primeira apresentação do grupo. As músicas interpretadas nos fizeram pensar sobre os sentidos da vida. Fiquei emocionado, pois, primeiro, as crianças cantaram Movimentando e Canção de ninar a sementinha, ambas de minha autoria. Depois, Leandro Souza regeu o Coro de Câmara, que cantou Vida nova, música de Gualtieri Beloni Filho, com arranjo de Samuel Kerr. Os versos de Thiago de Mello sublinharam nossa práxis poética e profética: “volto armado de amor para trabalhar cantando, na construção da manhã.”

À noite, seguimos para o SESC, na Vila Mariana, onde encontramos o grupo da professora Giselle Cruz. Juntos, desenvolvemos várias atividades, que, num processo crescente e contínuo, nos encantaram e envolveram, fazendo com que perdêssemos a noção de tempo e lugar. A noite estava fria e a lua flutuava alta no céu acinzentado quando caminhamos para o Hostel, cantarolando Mais um adeus, ruminando os versos do poeta centenário, certos de que a música, assim como o amor, é uma alegria e de repente uma vontade de chorar.

Vladimir Silva (silvladimir@gmail.com)

3 comentários:

Eudes Rocha disse...

Nossa....que experiência única para o Coro de Câmara! Parabéns Prof. Vladimir.

Ju Arauju disse...

Ótimo texto professor. No aguardo dos proximos. Ju

Vladimir Silva disse...

É verdade, Eudes Rocha. Essa foi uma experiência fantástica. Abraço.

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